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sábado, 4 de abril de 2015

Música nos vagões do metrô:

Pegar o metrô no Rio nos fins de semana e feriados tem uma vantagem: a chance de ser surpreendido por um par, ou um trio, ou mais, de músicos em busca de um trocado. A viagem no vagão se torna interessante e agradável. Até agora, pelo menos, não assisti musicos desafinados ou com mau gosto musical. Volta e meia é um chorinho, um samba, bossa ou uma cantiga popular antiga. E, a nāo ser que um guarda os surpreenda - o que infelizmente é possivel - eles tocam uma quantidade razoavel de musicas, em torno de 3 ou 4.

Interessante, mundo afora, a associação entre metrôs e músicos. Acima do fato de ser ali um local que facilite receber umas moedas, creio que o subterrâneo deva produzir algum efeito sobre a propagação sonora. Eu por exemplo facilmente me deixo levar pelas notas produzidas por esses menestréis modernos. Esses dias estava com a mente pesada enquanto me dirigia ao trabalho. De subito, surge um casal de musicos no vagão. Ela sacou um comprido clarinete enquanto ele apresentava a dupla e avisava do evento que preencheria - promessa dele - o silêncio de nossa viagem. Conforme a música tocava, sentia o 'peso' dentro de mim se reduzir aos poucos. O alivio marejou os olhos, mas me contive. Não fosse o pedido por auxilio financeiro, eu os consideraria anjos. Eu realmente estava precisando daquele alívio.

Do mesmo modo como surgiram, os musicos se foram. O clarinete e o pandeiro desapareceram das maos deles. O silencio voltoua reinar na viagem. Mas a missão nobre daqueles artistas estava cumprida: animaram, aliviaram, alegraram minutos da vida de alguns daqueles passageiros, eu incluso. Não resolveram os problemas de ninguém, claro. Isso seria muito pelos poucos trocados que eles recebem. Mas o alívio momentâneo que tive deu bom retorno.

Se encontrar com um desses grupos, aproveite. Aprecie, sinta a música. É uma viagem dentro da viagem. E vale os poucos centavos pedidos.


J2ML

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