Era plena luz do dia e eu estava admirando a lua. Era lua crescente - no hemisfério sul em que estava -, fina, quase perfeita. Uma lua daquelas que desviam o olhar do marujo sobre o mar à noite.
E desviava exatamente igual o meu olhar, em plena luz do dia.
Eu segui aquela lua por alguns instantes, fixamente, como um lobo deve fazer antes de uivar para ela.
E esse astro habitava um céu lindo, cor de pele, porém finito. Logo acima dessa lua havia uma imensidão de negros pelos longos, que de tempos em tempos - em fases como uma real lua - podia ocultar parcial ou completamente esse astro não tão celeste assim.
E eu, que por sorte tinha aquela lua a descoberto, estava admirando-a como muitos homens - desde poetas a desbravadores - já fizeram antes, desde tempos vindouros.
Mas esta era diferente: não era a mesma lua de todos os seres da Terra. Aquela lua era única, Singular. E não era fria e distante, quase intocável. Era quente. E estava a um metro de distância de mim. Podia ser tocada, cheirada, beijada.
Mas essa lua também era quase intocável.
E conforme eu caminhava, o corpo - celeste? - em que esse astro habitava ia se afastando, em direção oposta.
J2ML
domingo, 25 de setembro de 2016
domingo, 18 de setembro de 2016
Magazine:
Cheio de munição eu deslizo pelo mar dos desencontros.
Fugindo de cruzar com possíveis alvos-desafetos.
O paiol carregado. A arma principal pronta pra despejar fogo.
Mas é uma boca calada. Cano em silêncio. Metal frio.
Eu sigo preferindo não dar um pio no oceano dos meio termos.
Guardo comigo toda essa carga explosiva.
Mesmo correndo o risco de que ela exploda dentro de mim,
e me leve para o fundo desse mar do esquecimento.
J2ML
Fugindo de cruzar com possíveis alvos-desafetos.
O paiol carregado. A arma principal pronta pra despejar fogo.
Mas é uma boca calada. Cano em silêncio. Metal frio.
Eu sigo preferindo não dar um pio no oceano dos meio termos.
Guardo comigo toda essa carga explosiva.
Mesmo correndo o risco de que ela exploda dentro de mim,
e me leve para o fundo desse mar do esquecimento.
J2ML
sábado, 3 de setembro de 2016
Nota:
Se alguém ainda entra aqui...
Só queria avisar que, a partir da semana seguinte, começo um novo trabalho que, por questões diversas, inviabilizará publicação de textos meus aqui.
Talvez eu volte em alguns anos (contrato é curto mas nem tanto).
Mas o Nino Srat continua. Ainda há alguns textos meus aqui, salvos no rascunho à espera de hora mais propicia de divulgação, que ele publicará.
Abraços, boa sorte e gostaria de me despedir com um conselho:
Jamais temer.
J2ML
Eclipse:
São os movimentos
Sol e Lua
Ofuscados, atrapalhados
por outro astro entre eles.
Se é como se diz
Sol e Lua nunca
se erguerão juntos,
assim estamos nós.
O Eclipse agora
está no nosso eixo.
Escurece de nós
a vista um do outro.
Ora sou eu, ora
você na sombra
um do outro. Entre
a umbra e a penumbra.
Eclipses passam.
Eles nada mais são,
que resultado dos
movimentos nossos.
E a sombra que agora
cai sobre nós, umbra,
Escuridão, ela passará.
Para a luz voltaremos.
J2ML
Canção de quem por aqui passa:
Todo dia ela aqui vem,
só pra ver se novo tem.
Ela pensa que eu também
Faço o mesmo por ela?
Todo dia ela aqui passa,
e pensa se há novidade:
Será que é para ela,
será que é sobre mim?
Todo dia ela aqui está,
quer algo encontrar, ou
será para se encontrar?
Estará também perdida?
Todo dia ela se vai, e
sabe que amanhã volta.
(O amanhã volta)
Se quiser... aqui
qualquer um pode passar
Só eu que não passo,
dessa eu já fui.
J2ML
só pra ver se novo tem.
Ela pensa que eu também
Faço o mesmo por ela?
Todo dia ela aqui passa,
e pensa se há novidade:
Será que é para ela,
será que é sobre mim?
Todo dia ela aqui está,
quer algo encontrar, ou
será para se encontrar?
Estará também perdida?
Todo dia ela se vai, e
sabe que amanhã volta.
(O amanhã volta)
Se quiser... aqui
qualquer um pode passar
Só eu que não passo,
dessa eu já fui.
J2ML
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