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quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Porque (te) escrevo:




Eu escrevo porque o Verbo existe. Escrevo porque eu existo. Eu escrevo porque as letras foram inventadas. Escrevo porque as letras estão aí, pra serem colocadas no papel. Eu escrevo porque penso, ou penso que penso... eu acho. Escrevo porque idéias se concatenam melhor quando escritas. Eu escrevo porque a vida é um estresse. Escrevo porque externar o que está dentro da mente se torna uma necessidade premente. Eu escrevo porque sou emotivo, numa sociedade que diz que demonstrar emoções - ainda mais se você for do gênero masculino e hetero - é sinal de fraqueza. Escrevo pra contestar esse padrão - imbecis formuladores de regras. Eu escrevo porque meus risos, minha felicidade, se eternizam nas frases... ou pelo menos duram um pouco mais. Escrevo porque minhas lágrimas - eternas tristezas - sejam menos eternas... e às vezes o papel fica molhado... Eu escrevo porque gosto. Porque me apaixono. Escrevo porque eu amo. Eu escrevo porque sou louco - ainda - por você. Porque amo continuar te escrevendo. Eu admito: eu escrevia para outras... mas e daí? Pra você escrevo muito mais. Também escrevi para esquecê-las. E escrevo pra você porque você abre um simples sorriso, lindo, quando eu digo que estou escrevendo. E outro sorriso mais lindo ainda quando lê o que te escrevi. Escrevo porque nossa história precisa ser escrita. Mas antes, mais ainda, ela tem que ser vivida, por nós. Escrevo porque estamos distantes. E a saudade - ou agora, a falta - se torna a minha inspiração. Você é a minha inspiração. Viver é a maior inspiração. Eu escrevo porque você às vezes me dá raiva. Me irrita. Briga comigo. E eu escrevo mesmo assim. Escrevo porque eu erro. Porque sou - somos - imperfeitos. Escrevo pra fazermos as pazes. Eu escrevo pra tentar trazer você de volta para mim. Escrevo pra manter você distante... Escrevo porque somos assim: somos seres humanos. E escrever é humano. Escrever é viver. Mas escrevo também porque não vou viver para sempre; e as palavras, elas duram um pouco mais que eu... Eu escrevo porque a morte chega para todos. Vai chegar para mim e para você. Eu vou escrever até morrer...  


                                                                                                                                        J2ML

Muitas coisas na cabeça que não param no lugar..

Metades, inteiros.
A dor, a insegurança,


                                                                                  Met                                        ade


                                                                Comunicação...

A distância...


                                                                                                                                         Inteiros



A insegurança                                                                                         A dor

                                                                                                                           Comunicação?
Ardor    no coração
                       
                                   Insegurança                                            No peito
                                                                                          tum tum tum tum tum tum

                                                         Met      Inteiros      ades


                                              E os outros   
                                                                                                                    sempre outros






E a distância..................                                                                            mais o silêncio   

                                                                                                                      Comunic...

Saudade... e dor                                             Saudade é dor

                                  Perdidas as palavras an etnem...

                                                                                            Perdidos os amores    Met - ades

Nada para no            lugar...







                                                                                 ...e a distância...







                                                                                 ..só aumenta...





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Taquicardia:


Nossos corações batem.
Tum-tum... tum-tum...tum-tum...
Em compasso tranquilo, 
distantes um do outro.

Eis que o desejo surge.
A vontade de se ver. 
Nossa distância se encolhe,
e nossos corações se apertam.
Tum-tum. Tum-tum. Tum-tum. Tum-tum.

A proximidade cresce. 
No reencontro, os batimentos
alinham nossos corações
num abraço apertado.
Tu-tum. Tu-tum. Tu-tum. Tu-tum.

No abraço nos unimos.
Os corações a partir de então,
batendo em uníssono.
E acelerando cada vez mais...
Tutumtutumtutumtutum...

O ápice se aproxima.
No auge do prazer, 
o limite dos batimentos.
Nossa taquicardia.
Tutum.Tutum.Tutum.Tutum.
Os corações à uma.
Arrefecendo lentamente...

Eles então se acalmam, 
nossos corações. 
Sossegam,
sob a troca dos nossos olhares.
Tuu-tumm. Tuu-tumm. Tuu-tumm.

Num retorno ao abraço apertado,
as batidas, ainda juntas.
Tum-tum... Tum-tum... Tum-tum
Únicas.


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segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Luzes da Cidade Imensa:

As luzes da cidade imensa,
reluzentes lá fora, no frio.
Seriam lindas, aquecedoras,
Se não fossem sem vida.

As luzes da cidade imensa,
entrando pelo quarto escuro.
Elas iluminam os corpos,
que se aquecem nus, unidos.

As luzes da cidade imensa,
elas deveriam ser belas.
mas elas não se comparam
Com a beleza dela...

As luzes da cidade imensa,
naquela noite tão fria,
serviram de inspiração 
de um amor intenso e quente.

Luzes da cidade imensa.
O calor dos corpos nus.
O frio da noite lá fora, 
esfria, se esgota,
no gozo quente de amor.


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quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Seu Corpo:

Seu corpo é o que de mais intenso eu já pude sentir.
A infinitude dos prazeres, durando apenas alguns segundos.
Seu corpo é a beleza mais perfeitamente imperfeita,
representando todos os desejos que eu poderia ter nessa vida...
...E um pouco mais.

Seu corpo é quente como o fogo:
Me esquenta a pele a menor toque.
Me aquece a alma no mais profundo contato. 
Queima meu corpo.
Causa taquicardia no meu coração.

Seu corpo me inebria. Me deixa bêbado de paixão.
E eu bebo todo pedaço do seu corpo.
Provo cada sabor dele, como se eu bebesse uma garrafa
de uma bebida raríssima, deliciosa.
Sorvendo ele lentamente, gota por gota.
E eu bebo. E repito.
E adoro a ressaca que é estar ao lado dele.
No dia seguinte...

Seu corpo me diverte. Me distrai. Me faz feliz.
Seu corpo é um parquinho de diversões.
E brincar nos seus brinquedos só é possível
se eu te fizer feliz.
Eu vou te fazer feliz.
Eu quero brincar nele - seu corpo,
até que os brinquedos se desliguem
de tanto prazer.

Seu corpo reage tão bem ao meu...
Se abre pra minhas idéias, minhas taras. Meus desejos.
Me dá um novo mundo, desconhecido, a desbravar.
Seu corpo me abre o caminho até o mais profundo,
mais secreto, mais importante lugar.
Mais do que seu próprio corpo em si:
Seu coração, sua Alma.

Seu corpo se tornou vício do meu corpo.
E guardião do meu coração. Outra metade da minha alma.
Seu corpo, um só com o meu.
Meu corpo é seu.

E é por isso que eu não posso - Eu não vou,
aceitar dividir seu corpo, meu corpo,
com mais ninguém.


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domingo, 2 de setembro de 2018

Disputa de Olhares:

- Você vai ficar me encarando?
Ela dizia enquanto virava, com um sorrisinho bobo, o rosto em direção à janela.
Em resposta, eu sorria e desviava o olhar de seu rosto, lentamente observando qualquer outro traço de sua fisionomia que aparecesse: os cabelos, a linha do pescoço, a orelha… Eu ia observando e tentando memorizar todo detalhe possível da figura dela. 
Ela se acalmava, se distraía e eu voltava a observa-la atentamente. E mais uma vez a mesma reação. Ela, um pouco corada, desviava do meu olhar. E eu repeti o rito de ir acompanhando seu movimento. 
Isso se tornou um jogo entre nós. A cena ia se repetindo, com ela sempre desviando do meu olhar com um sorrisinho no rosto. Até que, num momento, os sorrisos se reduziram e ela se acostumou com o meu olhar. Passou a me encarar de volta. O rosto sério, de vez em quando, desviava o olhar do meu, mas voltava rapidamente a me encarar. Ela entrou no jogo. 
E me desafiava. Cada vez mais ela me encarava com um olhar sério, fixo, tentando me fazer desviar primeiro. Eu então senti que podia perder a disputa com ela.
Resolvi então apelar para um golpe baixo. Pegar pesado. Mas é como dizem:na guerra e no amor, vale tudo.
Esperei ela me encarar novamente, respondendo o olhar dela com um olhar um tanto perdido. Assim que ela tentou impor seu olhar sobre o meu, eu disse, sem desviar meu olhar e me aproximando dela:
- Já disse que acho você linda?
Imediatamente vi o rosto dela corar de novo, mais vermelho que antes. O sorrisinho novamente se soltou naquele rosto, e ela desviou o olhar me respondendo, derrotada…
- Bobo…
E eu soltei um grande sorriso. Devia estar realmente com uma cara de bobo. Ela voltou a olhar na minha direção, nos meus olhos, mas dessa vez sem me encarar ou desviar o olhar: Era admiração. 

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sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Cálculos Matemáticos:

Um mais um é dois.
Conta matemática normal.
O número dois, tão bonito.
Formado por dois números um,
que se uniram.

Um mais um é dois.
Só que um vez um, estranho.
Continua sendo um.
Cálculo sem sentido,
a fórmula do egoísmo.

Um mais um é dois.
E olha: um em um pode,
algumas vezes, não ser dois.
Pode dar três...
Até mais de três.

Um mais um é dois.
Mas um mais um pode não ser dois.
Às vezes não é. Continua um mais um.
Ou até mesmo um e um.

Um mais um é dois.
Dois segue sendo maior que um.
E o fator vida, que triste,
pode dar em 2 menos um.
Dá um de novo.

Um mais um é dois.
Eu quero que sejamos dois.
Mas só somos, enfim, dois.
Não aceitando outros, dividendos.
Cálculo do ciúme.

Um mais um é dois.
Será dois.
Quando seu um aceitar
somar com o meu um.

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Poema do seu nome:

Confesso que é ridículo,
Amar-te mesmo assim.
Razão faltou no início.
Olhar como o seu, tão
Lindo, tímido, refletindo
Imagem do meu trocado,
Naquela noite fria em que
Amamo-nos primeiramente.


J2ML

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Saudade presente:

Eu penso no futuro.
Penso porque o passado não retorna. 
O que foi bom até fica, 
mas não se repete igual.
E a nostalgia é um perigo silencioso...

Eu penso no futuro...
Porque o tempo urge. 
Ele toma de assalto
os que não se preparam.
O tempo não para.
(assim dizia o poeta)

Eu penso no futuro,
Constantemente,
Teimosamente,
Paranoico,
Penso até demais.
Penso até que o tempo o traga.

Eu penso no futuro...
...porque o presente está vazio.
...porque o presente me é frio.
...porque o presente não tem você.
O presente é só saudade.
(Mas saudade em si é bom)

Eu penso no futuro,
faço planos, busco opções,
E sonho...
...até que o futuro traga 
o presente pra nós dois.

J2ML

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Quarto de Hotel:

A cama bagunçada. Lençóis úmidos. Travesseiros espalhados. O cobertor no chão. O cheiro forte no quarto indica o tipo de atividade corporal que foi exercida ali.
Eles estão deitados, a meio braço de distância um do outro. Nus. Um leve suor pelo corpo. 
Os olhares dela para o teto. Os dele para a parede. Eles lentamente recuperam o fôlego recém perdido. 
Devagar, as mãos deles se procuram em meio aos lençóis e as roupas que ainda estavam sobre a cama. Os dedos se reencontram e se unem, entrelaçados. Ele se vira aos poucos para olhar em direção a ela. A expressão de leveza no rosto dela deixa surgir um leve sorriso em meio ao cansaço denunciado pelas pausas na respiração. 

Na janela ao fundo pairam no céu nuvens esparsas. Mais ao fundo ainda, uma nuvem negra indica a possibilidade de grande chuva. Sinal de que só o quarto em que eles estão vai servir como abrigo e distração para o dois. 

Para ele, aquelas nuvens se confundem com suas ansiedades, suas incertezas quanto ao futuro deles, que ali se alterava. Um temor que minutos antes era suplantado pelo desejo mútuo dos seres que ali estavam. Agora, saciado o prazer, retornava a ele aquela ameaça de temporal sobre sua vida. 

Aquela pequena nuvem de ansiedades, dúvidas e incertezas que pairavam pela cabeça dele, entretanto, dura pouco. Ela se vira em direção a ele, esboçando um leve sorriso enquanto se estica. O sorriso radiante dela ofusca a tempestade que ele imaginava, como um sol lançando seus raios através de uma nuvem.

Eles finalmente se encaram: os rostos expressando a felicidade de quem acabou de reencontrar um grande amigo. Os corpos se aproximam e se unem em um abraço longo e apertado. A respiração é interrompida brevemente por um beijo. 

Os olhares prendem um ao outro. Nesse instante, eles não vêem nuvens em volta de suas vidas. Há apenas o radiante brilho de quem encontrou - um no outro -  a calmaria de quem lhe completa.

J2ML


segunda-feira, 2 de abril de 2018

Tratado da liberdade:

Você é livre.
Não sou ninguém para te segurar.
E nem pretendo fazer isso.
Afinal, não há como te prender.

(Eu nunca gostei de gaiolas)

Por isso que digo: Vá.
Vá quando quiser.
É inevitável. Pra quê lutar?
Seja livre. 
Sejamos livres.

Livres pra ir, claro.
Livres pra ficar, como se possível fosse.
Livres pra sermos livres.
Livres dando liberdade a nós mesmos.

Até porque tudo vai indo... aos pouquinhos.
As coisas que deixamos pra trás, agora no lixo.
Presentes que nos demos pra nos lembramos...
Lembranças que somem na memória.
As emoções e os sentimentos - esses não se vão, eles se esfriam.
O cheiro que esvanece, o gosto que some da língua.
O contato da pele quente, agora fria.
Os assuntos, as conversas, as idéias...
Os desafios, as brincadeiras... até as brigas.
São todos livres para deixar de acontecer.

Por isso repito: Você é livre.
Nós somos livres.
Sejamos livres. 
Livres pela leveza de sermos livres.

(Quem sabe assim o coração não fica, também, mais leve?)

Não há como te prender, e não sou ninguém para te segurar.
Podermos ir quando quisermos. Somos livres.
Assim como somos livres para sonhar.
Livres para termos esperança. 

J2ML





Partida:

O que senti, ao certo não sei,
quando a deixei na porta de casa,
após um abraço de despedida,
quando enfim as costas eu a dei.

Senti algo. O quê? não sabia.
Sabia que isso me feriu.
- doeu não... não na hora...
Na hora em que eu me ia.

O que senti, aos poucos, me doía.
Não era muito uma tristeza,
talvez um pouco de melancolia.
Era a vida jogando com a incerteza.

Eu sinto, isso eu sei.
Essa dor garantida,
eu sei bem o que é:
É a dor da partida.

J2ML

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Fuso Horário:

São quatro horas de diferença,
Os relógios batendo 
com um ponteiro trocado.

Quatro horas que nos separam 
ainda mais que a distância.

Quando ela acorda,
estou no meio do meu sono.  
Quando eu acordo, 
ela está almoçando.

Ela dá bom dia de lá
quando ainda está escuro aqui.
E quando eu respondo
já é Boa tarde.

Meu almoço chega 
no fim de expediente dela.
E quando encerro meu trabalho,
ela já está jantando.

E quando ela vai dormir,
ainda estou tomando banho.
Meu boa noite segue acompanhado 
de um leve ressonar dela.

Eu quero uma brincadeira à noite,
Ela já prefere as manhãs.

Às tardes, coexistimos por um breve instante.

Ela vai ao parque à tardinha,
Enquanto comento o jornal da manhã.
Minha praia de fim de tarde,
Chega pra ela como uma noite de luar.

E nossas conversas seguem 
num delay de quatro horas. 
E se o assunto fica pesado,
a diferença de fuso horário ameniza o tom.

São quatro horas de diferença.
Os relógios batendo, 
com um ponteiro trocado.

Mas os corações seguem juntos, 
(assim espero...)
marcando o mesmo compasso.

J2ML
(GMT -03 - Horário de Brasília)

 

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Expectativa e separação:

Eu havia dito que escreveria enquanto ela estivesse voando para longe.
Pois bem, aqui estou eu. Mas não sei exatamente sobre o que escrever. 
Sabia que esse momento chegaria, em que aumentaria nossa distancia geografica. 
Sabia que era inevitável. Que haveria o momento da partida.

Eu não vou mentir. Eu sabia desse momento. 
Eu me preparei para esse momento. Eu esperei esse momento.
Eu, de certo modo, quis que esse momento chegasse.
E agora que ele veio, confesso: estou desapontado.

Eu esperava outra coisa.
Eu esperava mais.
Eu não faço a menor ideia do que seria.

A expectativa de 'não sei o que eu achei que ia sentir' me desapontou.
Afinal,  que mais eu esperava que pudesse acontecer?

Iria eu olhar foto por foto de nossos momentos com tristeza no olhar?
Ficaria a fitar o quarto dela vazio enquanto a casa escurecesse?
Lembrar das conversas a respeito dos truques do destino?
Dos jogos noturnos que fizemos de passatempo?

Admito que minha expectativa era melancólica, nostálgica.
Era triste sim. E solitária. E quieta. 

E toda essa expectativa se quebrou quando percebi:
Você, de algum modo, ainda estava aqui. 
E foi quando a expectativa se separou de mim.
E partiu, deixando você aqui,
Dentro de mim.
 

J2ML

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Seria Lolita se eu gostasse de Nabokov:

Adoro esse seu jeito menina/mulher. 

É um misto de querer cuidar, criar e amar. Dá vontade de ninar, de dormir ao lado, juntinho. De acariciar o cabelo como se fosse menina, de bagunçar te fazendo mulher. Te dar um beijo na bochecha de olhos abertos, de olho nos seus, e fechar os olhos ao apertar seus lábios nos meus. Sentir o cheiro de sabonete após o banho na pele do seu braço. E o aroma do perfume passando meu nariz no seu pescoço. Segurar essas mãos de menina pra atravessar a rua. Entrelaçar os dedos dessa mulher e olhar a lua. Tem olhos de menina faceira. Olhar de mulher séria. Cintura de bambolê. Pegada na cintura, dança. Te por no colo e contar uma história. Te ter no colo e fazermos estória (+18).
É sonho de meninos. Desejo de marmanjos. Loucura de homens.
A perfeição do jeito menina/mulher. 

Mas as meninas crescem. E que bom que crescem, porque só mulheres amam.  


Nino Srat

Angra:

De uma hora para outra as coisas se alteram:

Choro se torna em risada,
O olhar brilha,
Um silêncio quebrado,
Um sonho desperto.

A vida presenteia então, 
onde antes machucava.

Sol e chuva e chuva e sol.
Luares claros e brancos,
em noites estreladas e frescas.
E a calmaria do mar.

Aquela incerteza some,
quase deixa de existir.
E o que era desconhecido,
agora está à mostra.

E há o verde, 
o musgo,
o sal e a Ilha.
Ah, a Ilha...

Tudo para que,
Por alguns segundos,
Esqueçamos:

De uma hora para outra, as coisas se alteram...


J2ML