que entrou se despedindo, sem saber o que queria.
chegou com um sorriso sem graça, mas tranquila,
saiu mais foi ficando, ligeiramente desconfiada.
Você
desconfiada reagiu a visitas repentinas,
mas falando como se não precisasse de ar,
com a simpatia tímida da melhor anfitriã.
Você
que com violência reagiu à indiferença,
por ter ficado onde estava, sem que a percebesse,
semeou uma amizade, divinamente planejada,
e pessoalmente inesperada.
Você
saiu com o vazio, deixou tudo.
o lugar onde entrou se despedindo, cheio.
apenas a sombra passou pela porta,
com as luzes da cidade no fundo da imagem.
Você
na porta, a plaqueta pendurada
diz, de um lado: Obrigado. Volte...
E do outro: Sinto muito. Fechado...
A plaqueta rodopiando, indecisa.
Você
deixou a porta aberta, sem querer...
e o vento vai entrando, levantando a poeira
limpando o que ficou para trás, e
fechando a porta, aos poucos.
E eu
Ah...eu.
só posso reclinar a cadeira,
deixar a porta bater-se, e a plaqueta
escolher o destino desse lugar.
J2ML