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segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Todo fim tem que ter seu Carnaval:

Era o fim.
Mas isso era admitido fazia meses. Não havia a menor possibilidade de alterações, de voltar atrás, de recomeço. Havia acabado. E eu tinha certeza disso.
Só que algo ainda incomodava. Era como se eu tivesse chegado ao final do livro, terminado de ler e deixado a página, com a palavra 'Fim' em letras garrafais, aberta.

Algo faltava...

E eu fazia uma vaga ideia do que era, mas não conseguia explicar essa falta. Eu sentia que faltava algo pra encerrar de vez aquela estória. Só não entendia o que era...

Até que um momento de clareza me mostrou o que faltava. Foi no fim do Carnaval, um ótimo Carnaval, daqueles que você pede pra durar mais um dia. Daqueles que você não chega a se acabar, porque quer estar de pé no dia seguinte pra pular mais um pouco. Um Carnaval que você ainda vai lembrar e continuar falando dele por pelo menos mais uns cinco outros carnavais. Não com nostalgia, mas com aquele sorriso de boas lembranças no rosto...

Assim, entre pulos, cantigas, gente suada mas contente, que percebi o que faltava: a sensação de viver novamente. De poder continuar vivendo - pra melhor e pra pior - e passar por novas experiencias, ou por situações parecidas com a possibilidade de fazer diferente. De amar, se apaixonar novamente... De se reencontrar com si.

Diz-se que todo fim tem de se passar por um período de luto. Como nunca fui de seguir roteiro, pulei essa parte. Fiz do fim um Carnaval. E um recomeço sem expectativas, mas esperançoso.  


J2ML