Em destaque:

No portão:

terça-feira, 9 de junho de 2015

O fim:

O dia amanhece após uma inesperada boa noite de sono. O céu está azul e limpo, belo para um ótimo dia de praia. As notícias surgem rotineiramente nos jornais, embora antes não as percebesse. O café sai quente, assim como o pão vindo de uma fornada recente. As pessoas dão bom dia educadamente. Há aquela série de coisas para fazer, que existiam no dia anterior. Textos para escrever, livros para ler, mensagens para enviar, outras para receber. Amigos chamam para saídas, passeios, jogar conversa fora. A família continua enchendo o celular de mensagens aleatórias. Daqui a pouco começa o horário de trabalho, e o uniforme já está pronto para ser vestido após o banho. Lá fora, as pessoas seguem seu dia como se nada tivesse acontecido - e nada, para elas, aconteceu. Enfim, é mais um dia normal, como todos os anteriores, e como muitos que hão de vir. E o fato de que nada, absolutamente nada ao redor compartilha a sua ausência aumenta ainda mais a minha solidão... 


J2ML

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Dor e indiferença:

A maneira mais fácil de se livrar de uma dor é a indiferença. Isso é o que fazemos quando tomamos um analgésico ou anestesia: a dor se dissipa em instantes, relaxamos novamente e esquecemos aquilo que antes incomodava. E estamos livres para nos dedicarmos a outras coisas.
No entanto, o fim da dor não significa que estamos curados, apenas que decidimos ser indiferentes àquilo que nos machuca. E ao invés de resolvermos o problema, incômodo ou doença, adiamos… Até o momento em que pode não ser mais possível a solução. Aí é o momento em que a indiferença se torna útil e necessária: no estágio terminal.

Nino Srat