As plataformas do metrô divididas por uma linha que segue igual, em duas direções.
Em uma, está ele. Sentado. Ainda sorridente, feliz. Olhando para o outro lado com um sorriso bobo.
Na outra, está ela. Em pé, fingindo estar séria - um sorriso volta e meia foge de seus lábios.
Ambos frente a frente. Os corpos, os lábios, as mãos ainda quentes do contato de um com outro.
Mas agora o olhar não mantém a alegria. Lhe foge um lamento, uma tristeza. É a despedida.
Não adianta estarem na mesma linha: as direções são opostas. Um sobe para lá, outro desce para cá.
E enquanto o metrô não chega para um dos dois, eles seguem se encarando:
Tão próximos que um olhar lê o outro.
Tão distantes porque os corpos ali não se alcançam mais.
Em breve, as composições chegarão e levarão adiante um, depois o outro, até que a plataforma fique, enfim, vazia.
J2ML
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