Pronto.
Passou diante dos meus olhos e foi como se a seringa tivesse sido instantaneamente injetada na minha medula. Não tive reação alguma. Não senti o impacto, o corte. Sei que algo assim ocorreu, mas não o senti. Não chorei, não gritei...
Sedado.
Nada sinto. Devaneio. Viajo. Meu corpo, minha mente, meus sentidos, deixaram de lado qualquer tentativa de sentir, de agir, de impedir ou repelir a dor ou aquilo que a causa. Agora a unica sensação é a de um longo sonho...
Estupor.
A ferida está ali. Eu bem sei. E é grave: Pode ser necessário arrancar, pode se curar, pode me matar... O estado de dormência, no entanto, ainda me permite ignorá-la. Ele lentamente irá se desfazer; isso eu também sei... e a dor virá. Forte, profunda...
Mas agora, só quero me iludir um pouco mais com essa dormência...
J2ML
Escrito em: 16/09/2015
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