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sábado, 10 de janeiro de 2015

Verão e o amor à flor da pele:



Calor, muito calor. Na sombra. No sol, impossível ficar. E à sombra, os recém enamorados. Paixão nova, amor à flor da pele. Não é só o amor que está à flor da pele: os corpos ardem, quentes do verão. A pele sua, lubrifica, gruda. Esquenta. As peles pedem distância graças ao calor. Os corações querem contato devido ao desejo. Está muito quente, e eles mantém distância minimamente refrescante. Mas a vontade é outra: eles querem contato. O verão e a cidade, absurdamente quentes, sufocam qualquer desejo. A paixão, chama quente, pode ser evitada nessa quentura. Mas o desejo segue nos dois, como iceberg enfrentando o clima adverso, avançando enquanto derrete lentamente... o jovem casal aos poucos troca olhares, chamando um ao outro para perto enquanto o resto do corpo parece repelir qualquer contato. Mas eles, como o iceberg, enfrentam o calor: um beijo rápido, um cheiro, e o calor cobra o seu preço logo os repelindo. Meio metro de distância é o máximo que eles conseguem manter de aproximação. Ainda assim eles tentam, e tentam: um cafuné em que os fios de cabelo grudam nos dedos; as mãos dadas que logo empapam de suor; mesmo ombro a ombro eles não aguentam e logo se afastam. Só que a urgência da paixão nova os obriga a continuar tentando o contato físico, mínimo que seja, para ambos sentirem que ainda se querem, que desejam enfrentar o calor e outras adversidades mais para ficar juntos. Nesse intento e como ultima tentativa, eles esticam os braços, um em direção ao outro, e sem querer encontram uma solução simples encostando as pontas de seus dedos. Aliviados com o desejo do contato satisfeito, eles conseguem relaxar e sofrer juntos o tórrido calor de verão.


J2ML

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