Está tudo quieto. Palavras não mais se encontram. Elas saem a esmo, sem sentido e, quando muito, se enfrentam. Um estranho silêncio predomina. Ele é quase físico, matemático. É um mundo geométrico que se forma: duas linhas, dois cantos, dois pontos, na dúvida de se unirem em uma forma perfeita ou se desfazerem seguindo caminhos opostos. E pra isso, basta que o silêncio seja quebrado por um dos pontos.
E a incerteza reina sobre essa triste geometria. Soberana cruel, que aprisiona esses dois pontos através do medo de o amanhã ser muito ruim, triste e severamente doloroso caso a distância entre eles se concretizar. O sentido convergente, agora, também é governado pela mesma rainha. E ela usa o mesmo medo, as mágoas, a falha de comunicação entre os pontos, para transformar a antes perfeita forma em duas linhas divergentes.
Mas resta alguma esperança para esses dois pontos? Não sei... a esperança é como uma linha no horizonte: infinita, inconcebível, ... São muitas variáveis para se descobrir qual sentido elas seguirão, que forma tomarão... se convergirão ou divergirão de uma vez por todas.
J2ML
Nenhum comentário:
Postar um comentário